sábado, 15 de junho de 2013

Arte e Moda: da nudez ao pudor


O projeto “Arte e Moda: da nudez ao pudor” foi vivenciado durante o III bimestre letivo (entre julho e setembro) de 2012. Ao longo do período, os alunos reconheceram elementos e técnicas visuais inerentes à Arte e a Moda, tais como, o uso e estruturação das formas através dos volumes, simetria, assimetria, movimento, caimento e leveza. Buscaram também pesquisar materiais alternativos para a produção de peças do vestuário, enquanto via expressiva e estilística.
Ao longo do bimestre, os discentes analisaram e conheceram a história e importância do vestuário ao longo dos séculos, através de imagens e explanações apresentadas durante as aulas. Vimos desde o uso do vestuário como forma de sobrevivência, durante o período Pré-histórico, passando pela adequação aos aspectos sociais e ambientais nas civilizações da antiguidade, como também pelos  simbolismos cromáticos e pudor cristão medieval, a roupa como símbolo de status e opulência na Era Moderna. Observamos também como se desenvolveu o vestuário no século XIX e a preparação e do que no século XX, explodiria como uma grande indústria: A Moda.
A partir daí, observamos e analisamos a obra de diversos estilistas, suas criações e o contexto ao qual estavam inseridos. Quais suas contribuições e avanços no mundo da Moda e na cultura?



A roupa pode ser considerada um objeto de arte?
Os grandes estilistas do século XX a consideravam. Tanto é, que durante este período surge o conceito de alta-costura, ou seja, roupas tão perfeitas, produzidas com materiais tão finos, que são consideradas obras- primas. O século XX foi sem dúvida um período de grandes transformações no mundo da moda. Foram criadas peças polêmicas como o biquíni e a minissaia. É nesta época que os estilistas revolucionam a forma de se vestir ousando com novas propostas e materiais.
Paul Poiret. Um dos pioneiros da moda no início do século XX, libertou as mulheres das roupas apertadas criando peças soltas e fluídas, refletindo a ideia de uma mulher que buscava mais liberdade e espaço dentro da sociedade.
Madeleine Vionnet. Criava peças inspiradas na estatuária clássica, tentando devolver a Europa arrasada pela primeira grande guerra, o brilho das civilizações clássicas.
Gabrielle Coco Channel. Considerada a grande estilista do século XX, concebeu peças visando dar mais versatilidade a mulher, tais como o tailleur e a calça comprida feminina. São dela ainda a bolsa e o corte de cabelo a “La Channel” e os sapatos bicolores femininos.
Christian Dior. Para Dior a mulher perdeu a feminilidade no início do século, por isto, ele desenvolveu roupas com a cintura estreita, saias volumosas, luvas e chapéus.
Yves Saint-Laurent. Considerado o príncipe da alta-costura, articulou arte e moda como nenhum outro. Saint-Laurent criou coleções onde muitas das padronagens dos tecidos eram inspirados ou copiavam grandes telas de artistas europeus. O vestido inspirado num quadro de Mondrian é um dos mais conhecidos.
Cristóbal Balenciaga. Estilista espanhol, tinha como marca a elegância, contudo, inspirada na austeridade e sobriedade de suas composições.
Rudi Gernreich. Embalado pela Revolução Sexual, concebeu um novo estilo de Moda: o Unissex. Gernreich articulava as linhas da Op arte para criar ilusões óticas. Inventou o monoquíni, um ousado traje de banho, que poderia ser utilizado tanto por homens quanto por mulheres.
Paco Rabanne. Inseriu no vestuário os não-tecidos como: metal, vinil, plástico, criando roupas com planos geométricos estrategicamente pensados e articulados.
Vivienne Westwood. Inglesa, considerada mãe da moda punk, tinha como característica a ousadia de suas composições e ações. Roupas rasgadas, sem mangas e misturas inusitadas como rendas e jeans eram suas marcas.
Alexander McQueen. Da mesma geração de John Galiano, Tom Ford, e Stella McCartney este inventivo estilista criava roupas tão surreais como a pintura de Dalí, seus sapatos obras primas do designe chamavam a atenção pela exuberância e estranhamento.
           

Processos de Composição da Mostra

Fomos agraciados com a visita e oficina das aspirantes a designer de moda Rayssabelle Melo e Ildelane, que mostraram aos alunos da 8ª série E, do turno vespertino, o processo de corte, composição e colagem dos vestidos e roupas de papel. Rayssabelle já expôs suas criações em uma mostra da Escola Arruda Câmara e compôs um figurino para uma apresentação (que foi premiada a nível municipal) de um projeto da professora Bárbara Kelly.
As estilistas locais Rayssabelle e Ildelany demonstrado o processo compositivo de uma roupa em papel.


As estilistas e os alunos da 8ª E, tarde, pousando junto a criação


Alunos compondo os banners de papel, onde seriam colocados as criações famosas de grandes estilistas.
Alunos da 8ª D, manhã, desenvolvendo o desenho a a pintura dos banners de papel para a exposição


Os alunos da 8ª E, Tarde, produzindo as flores de papel para o vestido proposto e executado coletivamente pela turma


Montagem da Mostra

A montagem da sala foi um trabalho conjunto entre as/os alunas/os da 8ª B e E. Cada grupo ficou responsável por determinados itens da exposição: montagem final dos banners; afixação dos tecidos, afixação das bonecas;montagem final das criações dos vestidos de papel; montagem dos murais; limpeza e organização final 















Bonecas/os: diferentes momentos do vestuário

Cada grupo de alunos, conforme visto nas aula foi direcionado a pesquisar e compor bonecos contendo o vestuário da época. Para tal eles lançaram mão de pesquisa em livros antigos de história, pinturas de época e buscas na internet.No fim, alguns foram bastante fiéis, outros de sua forma (pois nem todos possuíam destreza com agulhas, linhas e tecidos) conseguiram compor seus bonecos/as


Pré História 



No início da humanidade, a nudez não era considerada imoral, e sim natural, os critérios de moralidade ou imoralidade não existiam. Era apenas o corpo nu que se fazia uso para atrair, reproduzir e sobreviver. Com as invenções que facilitaram a caça, o homem foi pouco a pouco lançando mão das peles de animais, da grama e de outras fibras naturais para sobreviver do ataque de animais e do frio intenso. A roupa não era um artefato de status, e sim, de sobrevivência.
 







 Antiguidade Egípcia



O linho era a principal fibra têxtil do Egito Antigo, faziam parte do vestuário as perucas e as joias, como forma de adorno para os mais ricos. As roupas eram simples e o corpo era visto com naturalidade, haja vista, as criadas do faraó que sempre são representadas nuas ou com roupas transparentes.
 







 Antiguidade Greco-romana



Na Grécia e na Roma antiga o corpo era símbolo de culto, principalmente o corpo masculino, por isto a maioria das esculturas daquele período eram representadas nuas. As roupas eram simples, fáceis de vestir e geralmente feitas de lã.





Vestuário Bizantino




 Idade Média



Com o advento do Cristianismo como religião oficial o corpo passa a ser visto como algo pecaminoso, tendo de ser coberto. Devido a isto as roupas passam a ser longas e bastante fechadas. As cores possuíam simbolismos para cada classe. O vermelho era a cor da nobreza, o azul era a cor dos mais pobres.
 



Renascimento e Era Moderna



Com o aquecimento do comércio entre Ocidente e Oriente, a nobreza passa a importar e utilizar tecidos finos como sedas e veludos brocados e estamparias. O vermelho continua sendo a cor da nobreza e do clero, enquanto, o verde passa a ser a cor da fertilidade feminina.
 




 Cortes Absolutistas Francesas



Cada corte europeia criava sua moda, como forma de identidade, porém, as cortes francesas eram as mais copiadas em termos de vestuário e costumes. As cortes dos Luíses, os vários reis franceses, eram sinônimas de luxo e elegância. Saias volumosas, perucas, joias, luvas, tecidos finos e rendas eram essenciais às mulheres elegantes. É neste período que o salto-alto é criado como artefato para dar mais altura e elegância ao rei Luis XIV. Os homens nobres por sua vez, usavam as calças cullote, bastante apertadas e curtas como símbolo de poder, já os mais pobres vestiam as sans-cullote, longas e folgadas, típicas das classes baixas.
 




 Elisabethano



Já a corte inglesa da rainha Elisabeth I, primava pela imagem e elegância da rainha como sendo a imagem do próprio estado. O vestuário da rainha devia parecer tão poderoso quando o país que ela representava. Por isso, ela estava sempre coberta de joias e tecidos bordados de ouro, prata e pérolas.
 




 Século XIX 



No início do séc. XIX, as saias ainda são volumosas, mas gradativamente vão diminuindo. Estilos e diferentes modismos são criados, inclusive o Vestido Império, típico das cortes napoleônicas. Os espartilhos ainda apertavam as mulheres e é no fim do século que uma peça bastante utilizada hoje é criada - a calça jeans -  que inventada para uso de operários, hoje é utilizada por ricos e pobres, antenados ou não.
 








Fotos da Exposição

 

História do Vestuário/Moda visualizada através das roupas de bonecas/bonecos


Banners com representações de criações de 10 grandes estilistas do séc XX.


Criações coletivas dos alunos


"Vejo flores em você", foi uma composição coletiva da 8ª E, da tarde.


Inspirados em Alexander Mcqueen os alunos da 8ª G, noite, conceberam suas versões de sapatos




Doçura, foi concebido coletivamente por um grupo de meninas das 8ª B e C


Williamberg preparando-se para apresentar a mostra, em frente ao painel de croquis.


Alunos da escola apreciando a Mostra


Thaynáh e Harley explanando acerca da História do Vestuário


Wilma "provando" um Dior




Lúcia Ferreira apreciando a Mostra


Alunos do EREMFO sob a batuta do competente colega Jaise Antonio


A diretora adjunta Maria José Martins sempre registrando tudo


Hilsamar "pasma" em reconhecer sua criação exposta


 

Maria e Gugu
Abaixo um pequeno vídeo dando uma panorâmica da Mostra