Em 2009, logo que assumi a disciplina Artes, no colégio Municipal Nivaldo Xavier de Araújo, ansiava por dialogar com meus alunos sobre temas mais “embaçados” (como eles mesmos falam). Tratei de desenvolver dinâmicas de grupo para identificar quais os medos que cada um tinha. A maioria apontou o medo da morte. Tomando por base este dado, desenvolvi uma pesquisa relacionando Arte, Cultura e Morte. Observamos ao logo do bimestre, como determinadas culturas tratavam este fenômeno, quais cultos e crenças permeavam; como a Arte tratou o tema ao longo dos séculos, além de particularidades existentes a temática envolvendo uma variedade de linguagens artísticas. “Visitamos” cemitérios famosos, tais como o Père-Lachaise, em Paris, como fossemos ao Louvre virtualmente, conhecemos a fotografia “Post Mortem” e as máscaras mortuárias, analisamos vídeos como “Nós que aqui estamos, por vós esperamos”, Os outros e Sexto Sentido, além de peças publicitárias. Além do conhecimento acerca do tema morte e dos relatos e impressões dos educandos, o projeto frutificou ainda na produção de “máscaras mortuárias” desenvolvidas pelos alunos em sala de aula (eu quase ensandeço neste dia, trabalhar com gaze gessada sem pia, não tem condições, mas enfim, deu tudo certo). Por fim, desenvolvemos algo até então nunca feito na cidade: uma intervenção urbana. Para tal cada aluno com uma peça de cerâmica ou porcelanato desenvolveu uma lápide “enterrando” de forma figurativa algo que eles consideravam ruim para eles ao mundo. Houve quem enterrasse políticos corruptos, a vizinha fofoqueira, o fumo, as drogas, enfim... Articulamos a montagem no gramado do jardim da quadra de esportes de Itambé-PE. Os alunos das 7ª A, B e C cada uma em seu horário colocou sua lápide e formou no gramado um grande cemitério de coisas as quais eles consideravam nocivas...
O vídeo abaixo mostra algumas imagens vistas ao longo do bimestre e o processo de composição da intervenção urbana.
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